No domingo, dia 22 de setembro, as Scoutas se reuniram logo cedo na casa da Stephanie, para seguir até Taboão da Serra, onde passamos a manhã ao lado da idealizadora Poli e as mais de 30 crianças do Projeto Semente do Amanhã.
Além das Scoutas que participaram, contamos com a ajuda e envolvimento de alguns Pais e Mães que dedicaram sua manhã de domingo à esta causa também.
Mais uma vez, fica aqui nosso agradecimento a todos que fizeram parte disso e tornaram esta experiência possível. Aproveitamos para parabenizar a Poli, e todos que fazem parte deste lindo projeto, pela sua dedicação e alto astral – é de tirar o chapéu.
Segue abaixo alguns depoimentos, que relatam um pouco do que foi esta atividade memorável e emocionante . . .
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Paula Lattouf (mãe de Scouta)
Do lixo para a fantasia: carros, gol de futebol e até mansão.
Neste domingo às 7h30 da manhã a Evânia, mãe da Letícia passou em casa pra nos pegar (eu e minha filha Hanna). Iríamos fazer brinquedos com reciclagem para crianças de uma comunidade carente. Pra ser sincera, eu imaginei que a atividade seria na casa da Steph, no Morumbi. Engano meu. Fomos todos em comboio para a comunidade.
Passamos por ruas estreitas e barrancos até adentrar um beco sem saída. Casas amontoadas, roupas penduradas, galo cantando, criançada na rua e um pequeno salão cheio de cadeiras empilhadas mostra sua versatilidade. Poliana, a Poli, alegre, acolhedora, era a responsável pela turma.
Fizemos uma grande roda e brincamos de pega-pega estátua pra aquecer. Virei criança de novo. A Grace dividiu a turma em três: os pequenos, os intermediários e os mais velhos. Fiquei com os maiores e “pensamos em ideias de como fazer um mini gol com garrafas pet ou uma casinha para os menores brincarem”. Os dois projetos foram aprovados, e mão na massa! Tinha até tinta spray pra deixar a “mansão” bem colorida.
Garrafas pet viraram gol de futebol, caixas de papelão com parede dourada um projeto de mansão, rolo de papel higiênico com tampas de plástico transformaram-se em coloridos carrinhos. A grande farra foi usar a tinta na rua pra escrever e desenhar no asfalto. Enquanto eu finalizava a casinha, Rafaela, uma garota de seus 12 anos pegou os lápis de cor para desenhar: “Ah, se eu pudesse pegar pra mim”. “Sabe, tia, às vezes quando não sei o que fazer, eu começo a fazer o que não sei”, disse ela feliz, tateando intuitivamente o futuro, quando teve uma ideia de usar o durex azul, imagino que pela primeira vez na vida.
Depois que consegui fixar os “vidros de pet” da casinha e o telhado de lençol, um menino e uma menina de quatro anos perguntaram: “Posso entrar, Tia?” Com um sorriso escancarado, dentro da casinha delicada, pela janela de pet falaram alto: “Ficou pronta! Ficou pronta a casinha!”
É preciso tão pouco pra fazer alguém feliz. Valeu a pena despencar da cama no frio do domingo. Voltei emocionada, com o coração quente transbordando gratidão.
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Laiz Motta (Scouta – Lynx)
O objetivo dessa visita era realizar uma atividade do projeto da UEB EducAÇÃO Escoteira, que tem como intuito incentivar diversas atividades em relação à educação. A atividade proposta nesse dia foi sobre consciência de reciclagem, pretendendo levar diferentes atividades com material reciclável e também como separar e destinar esse lixo corretamente.
Começamos com jogos para quebrar o gelo, como pega-pega com espaço para cada um se apresentar, e começar a se conhecer melhor. Depois as crianças foram divididas em três grupos: as crianças menores, as “médias” e os adolescentes, pois as atividades eram diferentes para cada grupo.
Com os menores foi realizada uma grande oficina de brinquedos feitos de material reciclável na qual eles confeccionaram carrinhos, bonecos, casinhas, monstrinhos… Tudo com muita criatividade e empolgação, ficando muito felizes com seus novos brinquedos, cheios de identidade.
As crianças “médias” fizeram jogos sobre como destinar corretamente o material reciclável e depois receberam um desafio de construir uma “ponte” usando apenas papel. O grande teste foi ver se aguentava uma garrafa cheia de água . . . e apesar da tensão, todas as equipes conseguiram e ficaram muito felizes com suas construções de sucesso. Foi uma atividade muito importante de conscientização e também puderam se divertir bastante.
Já os adolescentes, primeiro conversaram sobre os problemas com relação à reciclagem e destino do lixo e depois construíram com muito empenho, uma casinha de papelão para que os mais novos pudessem brincar nela.
Finalizou-se a atividade com um lanche comunitário muito gostoso com mais trocas de experiências e risadas.
Foi uma manhã muito positiva e gratificante, pois é imprescindível envolver crianças e jovens em assuntos de consciência ambiental, pelo nosso futuro. Houve também um importante contraste de realidades que com certeza nos levou a pensar mais em como guiaremos nosso futuro. Não fomos levar a educação para lugar nenhum, apenas nos reunimos para aprender juntos como unir nossas forças e lutar por um mundo mais justo.
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Sofia Heuser (Scouta – Cygnus)
Achei que foi uma experiência única, tão incrível, nem todo mundo tem essa oportunidade que nós tivemos de ir lá e fazer o bem. Fiquei bem feliz em ajudar, sabendo que várias crianças precisam dessa ajuda. No início, eu não sabia como seria a nossa atividade comunitária, achei que iríamos ajudar uma fábrica de brinquedos e os brinquedos feitos depois seriam doados. Mas quando chegamos lá, foi diferente, e eu achei muito mais legal. Nós fizemos os brinquedos para eles e com eles. Nós também os conhecemos e interagimos. O que eu achei mais legal é que eles ficaram felizes e isso é o que mais importa para mim.
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Stephanie Bird (Scouta – Pegasus)
As crianças mais velhas, com idades variando entre 13 e 18 anos, foram incentivadas a criar seu próprio projeto usando o material reciclável disponível. Eles decidiram se dividir em dois grupos. Um construiu duas traves de futebol para poder jogar na rua, enquanto o outro grupo decidiu construir uma casa para as crianças menores brincarem. O grupo das traves usou garrafas de plástico e fita adesiva. Eles até criaram uma base usando uma garrafa de cinco litros e areia para mantê-la fixa!
Enquanto isso, a outra equipe trabalhou na criação da casa. A casa foi feita a partir de uma base de pedaços de madeira colados. As paredes foram feitas de papelão pintado com várias cores diferentes. Eles adicionaram garrafas de plástico nas paredes para criar uma base para o telhado. O telhado foi feito com um pano para cobrir o topo da casa.
Foi uma experiência incrível. É durante esses momentos que você pode realmente perceber como com tão pouco você pode fazer uma enorme diferença na vida de alguém. Muito obrigado a todos que contribuíram para tornar esta atividade tão bem-sucedida quanto foi!
Escrito por: Grace Downey | Tropa Scoutas
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