Por muitos anos, o modelo único de barraca que usamos foi o modelo chamado "canadense". Tínhamos grandes e pequenas. As verdes grandes, cujo formato lembra uma casinha, ainda hoje são as nossas principais barracas para uso em acampamentos fixos. O teto desce para os dois lados formando um triângulo, e as barracas possuem laterais retas; possuem também um sobre-teto (fly-sheet). Essas barracas são muito confortáveis e arejadas, oferecendo espaço interno e altura para ficarmos de pé dentro delas; não possuem piso fixo, o que facilita a manutenção e vida útil. Porém, em camps volantes (hikes), onde a cada dia temos de desmontar as barracas, andar e remontar tudo, a tecnologia moderna nos trouxe as barracas tipo iglu, imbatíveis, contanto que sejam de qualidade e que se tome cuidado, pois são frágeis.
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As barracas iglu possuem poles (hastes) flexíveis que, quando passados em "passadeiras", se curvam e formam a estrutura da barraca. A elasticidade dos poles mantém a forma da barraca suficcientemente firme para que possamos levantá-la com uma mão, dar uns passos carregando-a até acharmos um outro lugar melhor para recolocá-la.
Existem vários estilos, tipos e tamanhos de barracas iglu. Um tipo NÃO recomendado é aquele que não possui sobre-teto. O sobre-teto é essencial para proteção contra chuva, sol e frio. Outro fator muito importante é que a barraca "respire", ou seja, tenha aberturas para ventilação e/ou feito de material adequado.
Um tipo bastante útil é aquele em que os poles passam pelo próprio sobre-teto, ao invés da parte interna. Isso permite montar e desmontar a parte interna sem que fique molhada na chuva.
Local para montagem
- Se a impermeabilização do assoalho for deficiente, ou se você for teimoso e quiser proteger o chão novinho de sua barraca colocando uma lona debaixo dela, ao menos dobre a lona para que não capte água de chuva, caso contrário você dormirá numa piscina.
- A barraca deve ser montada em um local que reúna as seguintes características:
- Se tiver de acampar debaixo de árvores, investigue-as cuidadosamente para ver se existem galhos podres ou quebrados que possam cair, danificando a barraca e machucando os dorminhocos.
- Em um campo aberto, não acampe debaixo de uma árvore solitária, pois ela pode atuar como um pára-raio, atraindo relâmpagos.
- Terreno levemente inclinado para facilitar o escoamento da água da chuva. Poças se formam em terrenos planos! Procure virar a porta para o lado mais baixo. Também evite virar a porta para o lado do vento.
- Evitar locais muito baixos onde uma chuva forte pode fazer a água acumular.
- Vales são úmidos e pegam pouco sol; topos de morros pegam mais vento.
- Longe de trilha de animais, como vacas, que podem danificar a barraca. As trilhas também formam caminhos para a água de chuva, e ninguém quer acampar com um riachinho sob as costas.
- Longe da trilha de pessoas que podem tropeçar na barraca (principalmente à noite).
- Longe do fogo, pois o material sintético dessas barracas é altamente inflamável.
Para montar a barraca
- Retire a barraca de seu saco (durgh!), verificando como veio dobrada de modo a saber guardá-la da mesma forma.
- Limpe o local retirando galhos, pedras e outros objetos que podem perfurar o assoalho ou tornar a sua noite uma tortura. Se necessário, forre com folhagem o chão antes de colocar a barraca sobre esse seu “colchonete”.
ENCONTRAR DESENHOS QUE EXEMPLIFICAM O PROCESSO
- Coloque os poles nas passadeiras apropriadas na barraca.
- Encaixe as extremidades dos poles nos ilhós que estão nas pontas do chão da barraca. Isso já irá fazê-la erguer-se e assumir seu formato.
- Prenda a barraca no chão com os pegs (espeques) disponíveis; caso haja muito vento, as barracas iglus costumam permitir amarrar “guy-ropes”, e vêm com pegs extras para prendê-los ao chão. Sempre lembre quantos pegs foram usados; ao desmontar, junte o mesmo número! Pegs devem ser enfiados na terra a um ângulo de 45 graus.
- Coloque o sobreteto e prenda-o nos locais adequados nos cantos da barraca. Em algumas barracas iglu os poles são passados pelo próprio fly-sheet (sobreteto), ou seja, o fly-sheet é montado primeiro, e o interior da barraca (também chamado de quarto) é preso ao lado interno do fly-sheet. Isso é útil em caso de chuva, pois mantém a barraca seca e quem a monta também.
- Para evitar condensação à noite do lado de dentro da barraca, o sobreteto não deve encostar no quarto. Condensação é aquilo que você vê quando o lado de dentro da janela do carro fica embaçado, ou quando o espelho do banheiro fica embaçado. Numa noite inteira, o ar quente e úmido que sai de nosso pulmões é muito, e ao tocar na barraca esfria rapidamente e condensa, podendo criar gotas de água que se acumulam num canto da barraca. O fly-sheet ajuda a criar uma camada de ar menos fria, atuando como isolante, reduzindo a condensação. Nas barracas com sobreteto, o quarto costuma ser feito de material que "respira", ou com algumas janelinhas para a saída de seu bafo úmido.
- Por uma questão de higiene, deixe a barraca aberta durante um bom período de sol, para arejá-la, e pendure seu sleeping num varal. Barracas Iglus são muito fechadas e pouco arejadas, sendo um local propício para a propagação de bactérias.
NOTA: de forma geral, as barracas mais baratas são as piores. Barracas de supermercado raramente são de qualidade adequada para o tipo de atividade que fazemos. Muitas vezes nem possuem sobre-teto. Procure uma barraca que tenha um "puxadinho" na frente da porta. Também não precisamos de super-barracas, feitas para exploradores do pólo norte ou do Monte Everest, que custam muito caro.