Escotismo no Brasil

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As origens do Escotismo no Brasil

Chegada no Brasil 1910

Em 14 de junho de 1910 é realizada uma reunião de suboficiais da Armada Brasileira, que estiveram na Inglaterra acompanhando a construção de navios para nossa Marinha, e vindo nos navios “Minas Gerais”, “Bahia” e “Alagoas”, fundando o Centro dos Boys Scouts do Brazil e elegendo sua primeira Comissão Diretora. A sede é na rua do Chichorro nº 13, numa casa tombada que existe até hoje. Nota sobre a fundação é publicada no jornal “A Gazeta”, e assinada pela sua “Comissão Directora”. Os primeiros dez uniformes vieram da Inglaterra. Em outubro chega ao Rio no encouraçado “São Paulo”, José Affonso Severino Drummond, um dos inspiradores do Centro. Cada “boy scout” pagava uma mensalidade de quinhentos réis e o primeiro candidato foi o menino Álvaro Corrêa da Silva. Os acampamentos e caminhadas eram, com freqüência, realizados em direção ao hoje Instituto Osvaldo Cruz e documentados em cartões postais, remetidos para as famílias de futuros candidatos. O Centro chegou a ter um efetivo de 20 escoteiros.

Início no Rio Grande do Sul Em 13 de outubro de 1913, foi criado no Turnerbund (hoje, SOGIPA), em Porto Alegre o Grupo Escoteiro, desde 1963 com o nome do fundador Georg Black, que se constitui no mais antigo GE em funcionamento ininterrupto no país.

Início em São Paulo - ABE Em 29 de novembro de 1914 foi criada a primeira entidade escoteira de caráter nacional: a “Associação Brasileira de Escoteiros”, com sede em São Paulo, tendo como mentores Mário Sérgio Cardim, Júlio Mesquita e Olavo Bilac. Foi Cardim que selecionou, dentre várias opções, a denominação “escoteiro”. A ABE foi instalada, inicialmente, na rua São Bento nº 61, em São Paulo. Naquele tempo o uniforme e até bastões eram importados da Europa, e surgiram em dezembro de 1914, as brigadas de escoteiras, com a instalação da Escola de Chefes Escoteiras, em 15 de janeiro de 1915, sob a orientação técnica de Mrs. Kathleen Crompton. Logo a seguir surgiram as bruninhas (meninas de 7 a 10 anos), na Associação Brasileira de Escoteiras.

Também em 1914 surge em Rio Novo – MG o “Grêmio dos Bandeirantes Mineiros”, unidade escoteira sob a direção do tenente Alípio Dias seguida por outra, em 20 de junho de 1915, em Juiz de Fora, presidida pelo Dr. Benjamin Colucci, que se reunia no Tiro de Guerra “Affonso Penna” nº 17, ambas por inspiração do literato e jornalista Prof. Olympio de Araújo.

Em 1915 é iniciada a publicação do “Jornal da ABE” da Associação Brasileira de Escoteiros, transformado em 1921 na revista “O Escoteiro”.

Em 25 de setembro de 1916 é fundado a Associação Escoteira Guilermina Guinle, no Fluminense Futebol Clube, no Rio de Janeiro.

Em ata da Diretoria de 26 de fevereiro de 1916 é autorizada a criação de escoteiros e escoteiras com ativa participação de Guilhermina Guinle, Arnaldo Guinle, D. Jerônima Mesquita e Mário Pollo, jornalista do Correio da Manhã. Posteriormente o Ge passa a se chamar Ipiranga e, hoje, João Ribeiro dos Santos.

Em 1916, Arnaldo Guinle e Mario Pollo, escreveram e editaram, no mesmo ano, “O Livro do Escoteiro” com introdução de Olavo Bilac e Coelho Neto, o que se constituiu no primeiro Manual Escoteiro editado no Brasil e reeditado em 1922 pela Imprensa Nacional.

Também em 1916 é instalada a primeira Escola de Instrutores da ABE em São Paulo, sob a direção do Coronel Pedro Dias de Campos, que fez parte da primeira Diretoria da Associação. Nessa época, foi publicado o “Manual do Escoteiro – Guia de Educação Cívica para Portuguezes e Brazileiros”, em edição da Empresa Lusitana Editora e tradução do Dr. Hermano Neves, sem enfatizar a parte religiosa do Escotismo.

Olavo Bilac, por intermédio da Liga de Defesa Nacional, já vitorioso nas campanhas do “Tiro de Guerra” e serviço militar obrigatório no Brasil, inicia em 1916 campanha para difusão do Escotismo no território nacional. Vem a falecer dois anos após.

Em 1917 realiza-se em São Paulo o I Congresso de Escotismo no Brasil, sob o patrocínio da Associação Brasileira de Escoteiros e promovido e secretariado pelo Dr. Américo Netto de Pernambuco e presidido pelo Prof. José Chevalier, do Amazonas. As Associações Brasileiras de Escoteiros com sede no país são reconhecidas como de utilidade pública federal pelo Decreto nº 3.297, de 11 de julho que no artigo 2º também dá essa faculdade à A.B.I – Associação Brasileira de Imprensa, segundo projeto do Deputado Federal César de Lacerda Vergueiro, apresentado em 1915.

Em 15 de novembro de 1917 é fundada a Associação de Escoteiros Católicos da Freguesia de São João Batista da Lagoa, por iniciativa do Monsenhor André Arcoverde, vigário daquela paróquia, Cônego Dr. Carlos Manso e os Srs. Edmundo E. Lynch, Rodolpho Malenpré e o Dr. João Evangelista Peixoto Fortuna. Em assembléia realizada em 1º de julho de 1918 são aprovados seus Estatutos e em 1919 iniciada a publicação do “Boletim Católico”, mais tarde “Escoteiro da Lagoa”. Atuam na prevenção e atendimento das vítimas da cólera.

Em 1919 o cruzador José Bonifácio, sob o comando do Capitão de Corveta Frederico Vilar e tendo como imediato Armando Pina, visita durante dois anos as colônias de pescadores no litoral brasileiro, organizando Cooperativas de Trabalho e Escolas Primárias e desta ação surgem os primeiros Grupos Escoteiros do Mar: Santos, Jequiá, 10º Grupo (Tiradentes) , Cabo Frio e outros.

O Dr. João Evangelista Peixoto Fortuna, Presidente da União Católica Brasileira resolveu criar uma Escola de Instrutores que se instalou em 1919. Ainda em 1919 a nova entidade iniciou a edição do tablóide “O Escoteiro. Em 6 de novembro de 1920 solicita reconhecimento da Organização Mundial do Movimento Escoteiro. Em 1925, “O Escoteiro” tornou-se o órgão oficial da UEB e teve seus dois últimos números datados de 15 de novembro de 1925.

Década de 1920

Em 1921, a Associação de Escoteiros Católicos do Brasil realizou um Jamboree intergrupos que se constituiu em um grande triunfo para os Escoteiros Católicos.

No Rio de Janeiro surgiram outras entidades escoteiras nacionais: em setembro de 1921 durante acampamento realizado no Saco de São Francisco, enseada de Jurujuba (Niterói) foi constituída a Confederação Brasileira dos Escoteiros do Mar e pouco depois, em 4 de junho de 1922 a Confederação Brasileira de Escoteiros de Terra, com o apoio da Liga de Defesa Nacional, que tinha como Secretário o Dr. Coelho Neto.

A partir de 28 de dezembro de 1921, o “Velho Lobo” denominação adotada pelo Almirante Benjamin Sodré começa a publicar na revista mensal juvenil “Tico-Tico”, que fora iniciada em 1905, uma coluna regular denominada de “Escotismo”, com artigos mensais até 1933. A partir desse material o Velho Lobo publica, em 1925 o Guia do Escoteiro, usando por recomendação da Academia Brasileira de Letras o termo “Escoteirismo” e apoiado no “Guia Brasileiro do Escoteiro” de Hilário Freire, sendo reeditado em 1932, 1943, 1954 e em 1994, neste último ano, pelo Centro Cultural do Movimento Escoteiro.

Ainda em 1922, a Associação Brasileira de Escoteiros Católicos participa da II Conferência Internacional, realizada em Paris, com mais 29 países presentes, e se associa ao Escritório Internacional de Escoteiros Católicos. De 6 a 15 de abril de 1922 a Associação Brasileira de Escoteiros Católicos realiza seu I Congresso Escoteiro Nacional (2º considerando o Congresso Brasileiro de Escotismo promovido pela A.B.E. em 1917) com a presença das demais entidades escoteiras nacionais e de 15 de abril a 11 de maio de 1922, o I Ajuri Escoteiro Nacional, desdobrado em duas partes: uma técnica realizada no Campo de Sant’Anna e outra esportiva no Estádio do Fluminense.

Também em 1923 é fundada a Associação de Escoteiros Fluminense, pelo Capitão Virgílio de Brito, um dos fundadores da UEB e em 24 de março o Estado do Paraná, pelo Decreto nº 2.196, introduz o Escotismo nas Escolas daquela Unidade da Federação.